
Um recente estudo conduzido por ambientalistas da Universidade de Brasília (UnB) revelou preocupantes níveis de contaminação por mercúrio na Estação Ecológica de Águas Emendadas, localizada em Planaltina, Distrito Federal. Apresentado ao Ministério Público Federal (MPF) na última quarta-feira (06/09), o trabalho destaca o fluxo intenso de carros na região como possível culpado pela presença do metal tóxico.
O mercúrio, conhecido por seus efeitos prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, pode resultar de emissões veiculares e representa uma séria ameaça aos recursos hídricos do Distrito Federal. Ambientalistas alertam que a duplicação da rodovia DF-128 pode agravar ainda mais a contaminação, aumentando o tráfego na BR-030, onde a substância tóxica já está presente.
O professor de geofísica da UnB, José Vicente Bernardi, ressalta que a contaminação por mercúrio está associada à queima de combustíveis fósseis e ao desgaste de pneus, provenientes do intenso movimento de veículos na região.
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Além disso, ele apresentou outro estudo abordando medições de sequestro de carbono, vazão dos córregos e lençol freático na Serrinha do Paranoá, área que também enfrenta riscos ambientais devido a futuras obras e aumento do tráfego.
A relevância desses estudos vai além da preocupação ambiental; as áreas em questão são estratégicas para a produção de água, abrigando nascentes cruciais para aquíferos e lençóis freáticos importantes. A contaminação por mercúrio representa não apenas uma ameaça à saúde, mas também à integridade do ecossistema local.
O MPF já havia instaurado um processo em novembro de 2021 para monitorar e garantir a implementação de políticas públicas destinadas a preservar a qualidade dos cursos de água no Distrito Federal. Uma vez que, na região de Águas Emendadas, uma única nascente desempenha um papel crucial ao alimentar simultaneamente duas das principais bacias hidrográficas do Brasil e da América do Sul: a Araguaia-Tocantins e a Paraná. Notavelmente, essas bacias estão situadas em direções opostas, conduzindo as águas tanto para a região Sul quanto para a região Norte do país.
Os resultados desses estudos não apenas alertam sobre a contaminação iminente, mas também destacam a necessidade urgente de ações para conter e reverter os danos, assegurando a proteção dos recursos hídricos e a preservação do rico ecossistema presente em Águas Emendadas e na Serrinha do Paranoá. A sociedade e as autoridades competentes devem agora se mobilizar para enfrentar essa ameaça crescente à saúde ambiental do Distrito Federal.
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