Contaminação no Rio Guandu provoca ação imediata de entidades e sociedade civil

Espuma no Rio Guandu levou à suspensão do abastecimento pela Cedae – Foto: Reprodução/TV Globo

Na madrugada de segunda-feira, 28 de agosto de 2023, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) interrompeu a operação da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu, tal decisão foi crucial para manter a segurança hídrica da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, visto que havia à presença de uma substância na água captada pelo Rio Guandu.  

A substância em questão, exalava um cheiro extremamente forte, similar ao de solventes e foi identificada como surfactante, um componente comum encontrado em detergentes. A rápida detecção dessas alterações na qualidade da água levou à ativação imediata do protocolo de contingência, visando garantir a segurança hídrica da vasta população atendida pelo Sistema Guandu.   

A paralisação perdurou por aproximadamente 13 horas, resultando em impactos significativos na rotina dos cerca de 11 milhões de habitantes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Na ocasião, a população foi orientada a adotar medidas para economizar a água, de maneira que, os impactos dessa interrupção temporária no fornecimento de água potável fossem minimizados.   

Após investigações, o Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea-RJ) aplicou uma multa no valor de R$ 10,7 milhões à empresa Burn Indústria e Comércio, pois identificaram uma quantidade de surfactante duas vezes maior do que a permitida por lei na galeria de águas pluviais da empresa. No entanto, é importante ressaltar que a fábrica, situada em Queimados, na Baixada Fluminense, nega qualquer envolvimento no incidente.   

Diante desse cenário, membros do CBH Guandu, juntamente com o Fonasc.CBH, entidades parceiras e outros apoiadores da sociedade civil, uniram forças para redigir e publicar uma carta de repúdio em resposta ao ato criminoso que ocorreu nas águas do Rio Guandu. Esta manifestação, demonstra o compromisso inabalável dessas organizações em acompanhar de perto os desdobramentos desse episódio lamentável e anseiam por uma punição adequada aos responsáveis.  

Veja a íntegra da carta de repúdio abaixo:

Até o momento, 11 entidades assinaram a carta, sendo elas: Fonasc.CBH, Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas do Estado do Rio de Janeiro, Federação das Associações de Moradores Urbanos e Rurais do Município de Japeri, Defensoria Socioambiental, FIOCRUZ, PT Iguaba Grande RJ, APEFERJ, CTUR – UFRRJ, AEARJ, Instituto Brasileiro de Direito Ambiental – IBDA, Fórum popular do orçamento RJ.

O Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacia Hidrográficas (Fonasc.CBH) também manifestou a sua revolta em suas redes sociais e se solidarizou com as vítimas. Leia a seguir a declaração oficial do Fonasc: