NASA DETECTA EVAPORAÇÃO DE ÁGUA DA SUPERFÍCIE LUNAR APÓS IMPACTO DE METEOROIDES
Texto: Do Portal Canal Tech
Data: 16/04/2019
Já era previsto que impactos de meteoroides poderiam liberar água da superfície da Lua, transformando-a em vapor rumo à fina atmosfera do nosso satélite natural. Contudo, até então esse fenômeno não havia sido observado diretamente, coisa que acabou de acontecer com a sonda LADEE (Lunar Atmosphere and Dust Environment Explorer) da NASA.
A sonda LADEE orbitou a Lua para estudar a estrutura e composição de sua fina atmosfera, e os cientistas descobriram que quando uma partícula de detrito de cometa, por exemplo, atinge a Lua, ela se vaporiza com o impacto, criando uma onda de choque no solo lunar. Essa onda de choque é capaz de romper a camada superior seca do solo, liberando moléculas de água da camada hidratada logo abaixo, com a LADEE então identificando essas moléculas de água quando elas entram na atmosfera lunar.
“Na maior parte do tempo, a Lua não tem quantidades significativas de água em sua atmosfera, mas quando a Lua passa por uma dessas correntes de meteoros, vapor suficiente é ejetado e nós conseguimos detectá-lo; quando o evento acaba, a água vai embora”, explica Richard Elphic, cientista da NASA que trabalha no projeto da LADEE.
Para liberar água, os meteoroides precisam penetrar pelo menos 8 centímetros abaixo da superfície seca, onde há uma fina camada de transição para a camada hidratada, local este em que as moléculas de água se prendem ao regolito. A partir das medições de água na exosfera, os pesquisadores concluíram que a camada hidratada da Lua tem uma concentração de água de cerca de 200 a 500 partes por milhão — concentração muito mais seca do que o solo mais seco existente na Terra. Para obter pouco mais de 470 ml de água, seria necessário processar mais de uma tonelada de regolito.Mas como o material da superfície da Lua é “fofo”, até mesmo um meteoroide de 5 milímetros é capaz de penetrar o suficiente para liberar uma nuvem de vapor. E quando uma torrente de meteoroides faz “chover” na Lua, a água liberada atinge a exosfera e se espalha por ali — cerca de ⅔ desse vapor acabam escapando para o espaço, com o restante pousando de volta na superfície lunar.
Fonte: NASA