A 34ª edição do relatório “Conflitos no Campo Brasil” divulgado nesta sexta feira (17), pela Comissão da Pastoral da Terra (CPT), aponta que o número de conflitos pela água aumentou 77% em 2019 em relação ao ano anterior.
O estudo considera questões envolvendo o uso da água para fins como: mineração, por empresários de diversos setores, por hidrelétricas e pela ação ou omissão dos governos federal, estaduais e municipais.
Em 2019, foram registrados 489 conflitos, envolvendo 69.793 famílias. É o maior número de conflitos pela água já registrado pela CPT. Três estados somam juntos 61% do total de conflitos (298):
Minas Gerais (128)
Bahia (101)
Sergipe (69)
Do total no país:
189 foram provocados pela mineração (39%)
177 por empresários (36%)
54 por hidrelétricas (11%)
33 por governos (7%)
De 2002 a 2014, a média anual era de 65 conflitos, compreendendo 27,5 mil famílias. De 2015 a 2019, a média chegou a 254 conflitos, aproximadamente 53 mil famílias.
Os pescadores (199 casos) estão entre os mais envolvidos em conflitos pela água (41%). Outros 22% são ribeirinhos (106 casos); 9% pequenos proprietários (43 casos) e 6% são quilombolas (31 casos).
O relatório aborda ainda a violência no campo e mostra que em 2019 aumentou 14% o número de assassinatos (28 para 32). As tentativas de assassinato aumentaram 7% (28 para 30) e as ameaças de morte, 22% (165 para 201). A Amazônia Legal, aponta o relatório, concentra o número de conflitos e da violência no campo em relação a 2018, onde foram registrados 84% dos assassinatos (27 de 32).
– 17% no número de conflitos por terra;
– 36% no número de famílias envolvidas;
– 82% no de famílias despejadas;
– 56 % nos bens destruídos;
– 72% nas roças destruídas;
– 29% no número de famílias ameaçadas por pistolagem;
– 55% no número de famílias que sofreram algum tipo de invasão de sua casa ou posse.