FONASC PANTANAL – MOBILIZAÇÃO DO SETOR DE PESCA CONTRA AS BARRAGENS DE HIDRELÉTRICAS NA REGIÃO

Apos o voto nitidamente coorporativista da ANA e demais segmentos do setor GOVERNO no CNRH na ultima plenária daquele colegiado em SETEMBRO DE 2015 , Este  SEGMENTO que ocupando vaga em colegiados  deveriam por dever de oficio não aprovar ilegalidades engendradas pela representação  da  SEMA  DO GOVERNO DO MT naquele CNRH e suas Câmaras    Tecnicas, criando um ambiente de descredito e desapontamento DA POPULACAO quanto a conduta do ESTADO BRASILEIRO  no cumprimento da legislação que regUla A PARTICIPACAO SOCIAL e licenciamento de PCHs no PANTANAL, a representação do Fonasc em Brasilia e na  região do Pantanal está apoiando a mobilização do  setor de pesca e solicitou  uma reunião extraordinária do CEPESCA para discutir a problemática da proliferação de hidrelétricas na bacia do Alto Paraguai – BAP.

A representante do Fonasc no Pantanal, Débora Calheiros explica INFORMOU que esta em desenvolvimento com muitas resistências o Plano de Bacia (Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Rio Paraguai) para a BAP, junto ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH, através da Resolução CNRH No. 152/2013 (anexo), justamente para planejar, ordenar e criar critérios para a implantação de empreendimentos hidrelétricos na bacia, inclusive indicando áreas de uso restrito, em respeito ao princípio de garantia de usos múltiplos dos recursos hídricos e determinando que a avaliação deva ser feita em nível de bacia hidrográfica, como determina a Lei de Recursos Hídricos, levando em consideração os impactos conjuntos e sinérgicos de todos os 162 empreendimentos (atuais- 44 e previstos – 118).

O Plano de Bacia está em fase inicial de trabalhos (iniciados em dez/2014) e ela avisa que “o bom senso indica que se deveria esperar o resultado desse planejamento e de sua aprovação no CNRH”. Tudo isso para que se possa continuar a licenciar empreendimentos hidrelétricos com base em critérios científicos rigorosos e levando em conta toda a bacia hidrográfica e não continuar a licenciar empreendimentos em separado.

“Já havíamos solicitado por várias vezes esta pauta nas reuniões às quais pude participar e não fomos atendidos. Mesmo sendo este tema crucial para garantir a produção pesqueira na BAP, formadora do Pantanal, e os pulsos de inundação que garantem a manutenção dos processos ecológicos da planície pantaneira. Um tema vital para a garantia da produção pesqueira na região, atividade de elevada importância econômica e social, que mais gera emprego e renda na planície pantaneira e que garante segurança alimentar a populações tradicionais não teve ainda a devida atenção por parte deste Conselho”, lamentou Débora.

Audiências canceladas-manifestantes-impedem-realizacao-de-audiencias-sobre-usinas-no-sepotuba  E  Rio Juba  

Graças a este trabalho de mobilização da Rede Pantanal, da qual o Fonasc faz parte é que as Audiências Públicas de 3 PCHs que foram  realizadas nos dias 17 e 18 de novembro no rio Juba foram canceladas.

A SEMA, que deveria garantir o cumprimento dos Princípios de Precaução e Prevenção, bem como prevenir erros ambientais, com consequências sociais, que depois serão dificilmente mitigados ou recuperados, continua, mesmo assim, os processos de licenciamento de PCHs na BAP sem qualquer critério em nível de bacia hidrográfica.

Além disso, a representação do Fonasc reitera a Secretaria de Meio Ambiente que atenda aos pedidos de informações solicitados anteriormente e até agora não atendidos, tais como:

– Lista e contatos de todos os membros do GAP, e a frequência de presença, incluindo representações que ainda não foram efetivadas, como UFMS, representação indígena (pelo CNRH), entre outros, com as devidas explicações sobre o por quê da falta de participação;

 – Explicações sobre o por quê de determinado convidado/palestrante, sugerido por nós, não constar na programação desta próxima reunião: Procurador Federal Emerson Siqueira MPF-MS; Professores do INAU – Instituto Nacional de Áreas Úmidas (Prof. Dr. W. J. Junk, Prof. Dr. Paulo Teixeira e Profa. Dra. Cátia Nunes);

– Constar na Programação as propostas apresentadas por nós para serem avaliadas e votadas pelo Grupo, como a inclusão como membros do GAP da representação de pescadores, atingidos por barragens e membros dos Comitês de Bacia de MS e MT, entre outras solicitações.

Vejam  noticias sobre a questão das hidrelétricas no sistema Bacia do Alto Paraguai/Pantanal, com o cancelamento, a partir de forte mobilização das populações locais, de duas audiências públicas previstas para licenciar 3 PCHs no rio Juba-MT, promovidas pela SEMA-MT nas cidades de Barra do Bugres e Tangará da Serra.
A SEMA-MT  insiste em manter a continuidade dos licenciamentos de hidrelétricas na bacia do Alto Paraguai, à revelia da Resolução CNRH No.152/2013, que tem força de lei, quanto à seguir os Princípios da Precaução e Prevenção e esperar a elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraguai para se poder licenciar com base na avaliação dos impactos conjuntos e sinérgicos de todos os 162 empreendimentos em todo o sistema Bacia do Alto Paraguai/Pantanal… Insiste, portanto, em licenciar à esmo, sem uma avaliação em nível de bacia hidrográfica… como determina a Resolução CONAMA 01/1986…
Não são apenas 3 PCHs no rio Juba, embora o EIA/RIMA se limitasse a analisar apenas essas e as já construídas ( 2 UHEs e 2 PCHs) … São 11 no total no rio Juba e mais 16 na sub-bacia do rio Sepotuba, totalizando 27 em toda a bacia do Sepotuba, esta que é responsável por 24% da água de todo o sistema BAP/Pantanal…
Como os membros deste Grupo sabem, não são 27 apenas na bacia do rio Sepotuba, são 162 em toda a BAP…
Desta forma, a SEMA- MT insiste em colocar em risco a conservação do Pantanal Mato-Grossense, Patrimônio Nacional, à revelia do Artigo 225 da Constituição Federal, da Convenção Ramsar…
Desrespeito e descaso com a legislação ambiental e as políticas públicas para a região, nacionais e internacionais…
A devastadora experiência de Mariana mostra o que tamanho desrespeito pode acabar por fazer, prejudicando toda uma bacia hidrográfica e a população que dela depende…
Responsabilidade e espírito público deveriam balizar os trabalhos dos órgãos gestores e desse Grupo…
Atenciosamente,
Débora Calheiros
FONASC Pantanal
Rede Pantanal de ONGs e Movimentos Sociais
Membro do Comitê Nacional de Zonas Úmidas – CNZU/SBF/MMA – Convenção Ramsar
Alianza Sistema Paraguay-Paraná de Humedales

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